quinta-feira

Interiorização

Projeto Catacontos aprovado pelo BNB
Projeto de Contação de História do CATACONTOS é aprovado com o patrocínio do Banco do Nordeste, entre 483 concorrentes. O projeto trata da formação de agentes de leitura e constituição de acervo bibliográfico", com objetivo de inserir a literatura infanto-juvenil a partir dos contos populares,nos municípios de Panelas, Angelim e Vertentes, região do semi-árido pernambucano, que tem seu referencial em dados oficiais onde mais de 60% dos municípios brasileiros não possuem bibliotecas públicas e o que se ouve falar que cada vez se lê menos no Brasil. Podemos considerar que vivemos uma “crise na leitura”. O BNB cultural disponibilizou 13.900 mil para o projeto.

CATACONTOS: Formação de agentes de leitura e constituição de acervo bibliográfico no Estado de Pernambuco


A Formação de agentes de leitura e constituição de acervo bibliográfico tem seu referencial em dados oficiais recentes e que se ouve falar; que cada vez se lê menos no Brasil, podemos considerar que atualmente vivemos uma “crise na leitura”. No caso específico da literatura infanto-juvenil é ainda mais grave, ora pela ausência de leitores no ambiente escolar e na comunidade, ora pelo poder de sedução que exerce os meios eletrônicos sobre crianças e jovens. Outros tantos fatores colaboram para a falta da leitura, um dos maiores é, sem dúvida, a falta de recursos financeiros pra aquisição do livro, embora o mercado demonstre um grande movimento editorial e diversificado sistema de comercialização e distribuição de livros: bienais, livrarias, sebos, bancas, locadoras de livros, espaços alternativos para leitura e lazer, outros. Vale lembrar avanços na difusão da informação através do uso de ferramentas em novas tecnologias – o uso de micro-computadores e redes, entretanto, com dificuldades visíveis de alcançar diferentes setores sociais.

No estudo apresentado por Tania Dauster, doutora em Antropologia , professora e pesquisadora do Departamento de Educação da PUC-Rio, evidencia paradoxos, considerando que: “em 94 foram publicados 245 milhões de livros e, em 95, 330 milhões. O paradoxo se apresenta aí quando se pensa nos milhões de excluídos e nas diferenças; existem milhões de analfabetos e, se leitura e cidadania caminham lado a lado, como os escritores e diferentes pesquisadores vêm declarando, este é mais um paradoxo que se apresenta em nível macro, na cena brasileira em torno do qual responsáveis pelas políticas públicas deveriam conjugar forças”.

Neste contexto, encontram-se as pequenas e médias localidades, em regiões que apresentam altos índices de desigualdades sociais, como é o caso de municípios do nordeste do País. Em Pernambuco, precisamente nas zonas rurais, onde há grande concentração populacional e a pobreza de sua população, da qual 62,8% dos domicílios têm como responsáveis pessoas que não possuem nenhum rendimento ou recebem até um salário mínimo (Fonte: Instituto de Pesquisas Sociais Joaquim Nabuco). Embora o Estado apresente um patrimônio cultural dos mais ricos e diversificados do Brasil, a cultura produzida pelos seus artistas populares , trabalhadores rurais, nas entre safras estão entre a massa desempregada. Além desse quadro os municípios , na sua grande maioria, não contam com um aparelhamento público de acordo com o potencial cultural da região, não dispondo de teatros, museus, cinemas, livrarias e, em particular a ausências de bibliotecas equipadas onde a população pudesse ter acesso ao livro ou espaços de leitura onde fosse estimulada a sua própria criação literária .

E é neste quadro de calamidades que o projeto CATACONTOS: Formação de agentes de leitura e constituição de acervo bibliográfico, com intervenções junto aos municípios de Panelas, Angelim e Vertentes, região do semi-árido pernambucano, amparado pelo Programa BNB Cultural – 2005, propõe acesso facilitado aos bens culturais, resultantes deste patrocínio. O resgate patrimonial dos contos e histórias do lugar; a formação de agentes multiplicadores de leitura e a criação de um acervo bibliográfico para o acesso da comunidade abrem cenários para políticas culturais afirmativas e de restauração da alta-estima de populações que vivem a margem da informação e do direito as identidades. A seleção dos municípios alvos neste projeto deve-se ao fato dos mesmos integrarem alarmante estatística (IBGE 2001) : “Dos municípios brasileiros”, “82% não têm museu, 84,5% não têm teatro e 92% não tinham salas de cinema. Do mesmo modo, 65% dos Municípios brasileiros não tinham livrarias ou lojas que vendem CDs ou fitas cassete e cerca de 20% dos Municípios brasileiros, ou seja, cerca de 1100 Municípios, não têm bibliotecas públicas”.

A pesquisa revela ainda que “entre os 4.400 Municípios que têm esse recurso cultural, 69% deles têm apenas uma biblioteca pública, geralmente equipada com livros ultrapassados. A média, muito baixa, de livrarias no Brasil é de uma para cada grupo de 84 mil habitantes. Em todo Brasil existem 2 mil livrarias, o equivalente a uma cidade como Paris” . O município de Panelas não dispõe de Biblioteca Pública e nos municípios de Angelim e Vertentes, apresentam acervos desatualizados, necessidade de pessoal capacitado e de políticas de fomento a leitura. A intervenção do CATACONTOS nessas localidades (e a replicação futura para outros municípios), configura-se como uma ação que se inclui no Ano Ibero-americano do Livro e da Literatura, entre outras ações apoiadas pelo Governo Federal, Empresas e Organizações, que se comemora em 2005, por 20 Paises e nesse esforço, o Brasil.

* Projeto aprovado no BNB Cultural